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Há 50 anos, Curitiba amanhecia coberta de neve

Dia de neve em Curitiba e "geada negra" no interior do Paraná

AEN
Há 50 anos, Curitiba amanhecia coberta de neve Há 50 anos, Curitiba ficava toda branca: Simepar explica o fenômeno da neve de 1975 Foto: Coleção Miscelânia-Museu da Imagem e do Som do Paraná (MIS-PR)

No dia 17 de julho de 1975, Curitiba viveu um dos episódios meteorológicos mais marcantes de sua história: uma intensa nevasca cobriu a cidade, transformando ruas, praças e telhados em um cenário branco raro no Brasil. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o fenômeno foi resultado de uma combinação precisa de fatores atmosféricos, que dificilmente se repetem com tamanha intensidade.

Tudo começou no dia anterior, quando uma frente fria avançava pelo Sul do Brasil, trazendo instabilidades e temperaturas em queda. Na madrugada do dia 17, uma potente massa de ar polar atingiu o estado, favorecendo a formação de neve e chuva congelada na região de Curitiba. A precipitação de flocos de neve começou a ser registrada por volta das 8h e se intensificou entre 13h e 15h, com temperaturas próximas de 0 °C e visibilidade reduzida.

De acordo com o meteorologista Leonardo Furlan, do Simepar, a formação da neve requer um alinhamento raro de condições: temperaturas abaixo de 0 °C desde a superfície até cerca de 3 mil metros de altura e umidade suficiente para formar cristais de gelo nas nuvens. “Quando essa camada está fria e saturada de umidade, aumenta a possibilidade de precipitação em forma de neve, especialmente se houver transporte de umidade por bandas de precipitação”, explica.

O fenômeno marcou a memória de muitos curitibanos. Famílias saíram às ruas para brincar na neve, fazer bonecos e registrar o momento em fotografias que até hoje circulam como lembrança de um dia histórico.

"GEADA NEGRA"

Mas o mesmo frio que trouxe alegria à capital provocou um desastre no agronegócio paranaense. No dia 18, a chamada “geada negra” atingiu o Norte do Paraná e destruiu cafezais inteiros. A intensidade do frio foi tamanha que a seiva das plantas congelou, causando perdas irreparáveis em um dos principais setores produtivos do estado.

O Simepar destaca que, para a formação de neve, é necessário o avanço de sistemas de alta pressão robustos associados a massas de ar polar, além da atuação de frentes frias e, muitas vezes, de ciclones extratropicais. Em 1975, todos esses ingredientes estavam presentes. Um sistema de baixa pressão se aprofundava na altura do Uruguai, enquanto o ar frio avançava pela Argentina e pelo Sul do Brasil. “Foi uma combinação de fatores muito específicos que permitiu a precipitação em forma de neve de maneira abrangente”, afirma Furlan.

Embora 1975 tenha ficado marcado na memória, não foi o único episódio de neve em Curitiba. Há registros ainda mais antigos, como o de 1928, que teria acumulado até 50 centímetros de neve em partes da cidade. Depois disso, houve ocorrências menos intensas em 1979, 1981, 2013 e 2020.

Segundo o Simepar, nas últimas décadas, as incursões de ar frio têm sido menos duradouras, o que torna fenômenos como a neve ainda mais raros. “O transporte de umidade e ar frio para o Paraná vem se concentrando mais ao sul, em estados como Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, conclui o meteorologista.









Cinco décadas depois, o episódio segue vivo na memória dos curitibanos como o dia em que a capital paranaense se transformou em um cenário típico de países com inverno rigoroso — e o frio fez história no Brasil.




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