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A. A. de Assis

ECOPAPO

"A natureza é briguenta"...

Freepik
ECOPAPO "É complicado lidar com tais aparentes incongruências. Mas que tudo isso dá bom papo, dá."

A natureza foi criada para sustentar a vida. O ser humano foi criado para cuidar da natureza, cultivá-la e dela se servir. Foi isso que nos ensinaram.  Então a gente está sempre a falar de natureza, ambiente, meio – uns entendendo do que falam, outros pensando que entendem, outros falando só por falar.

O tema é instigante e interessa a todos. Falando ou escrevendo, cada um dá suas receitas de como preservar o universo. Nesses tantos ecopapos, há questões que costumam aparecer com mais frequência. Lembro algumas:

Você diz “natureza”, “ecossistema”, “ambiente” ou “meio”? E se “meio” e “ambiente” são a mesma coisa, por que alguns preferem o redundante “meio ambiente”?   

O rio adorna e rega a cidade, até que de repente enche demais e põe em pânico a população. Aí perguntam: por que insistem em fazer casa à beira-rio?  

Animal doméstico faz parte da natureza? Por que protegem mais os animais silvestres do que os domésticos? E por que você não come a onça, mas faz churrasco da vaca?

Sim, sim, vacas e galinhas recebem maiores cuidados: vacinas, ração de primeira. Mas esse tratamento especial seria por amor ou por interesse do ser humano? Quanto mais bem-cuidados, melhores produtos nos oferecem.

A natureza é briguenta: a onda contra o rochedo. O cipó contra a árvore. O gavião contra o sabiá. O vento contra a plantinha. Ou isso faz parte do enredo?

Tem uns bichos assustadores, que nem a aranha e a cobra. Entretanto, aprendemos que em nome da biodiversidade eles precisam ser preservados.

Por que precisam existir seres tais quais barata, formiga, carrapato, cupim, pernilongo, piolho, gafanhoto?

A natureza é contrastante: tem flor e espinho, remédio e veneno, aroma e fedor, tem doce e amargo.

Tem coisas que nos deslumbram e ao mesmo tempo nos colocam em perigo: cataratas, florestas, altos picos, cavernas, vulcões, cânions. Mas temos mesmo necessidade de chegar perto desses lugares?

É complicado lidar com tais aparentes incongruências. Mas que tudo isso dá bom papo, dá. Entendendo ou não do assunto.

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Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 24-07-2025


A. A. de Assis, jornalista, escritor, poeta e professor é um dos pioneiros da vida intelectual e cultural de Maringá. Atuou com brilhantismo na imprensa local e tem uma aplaudida vida acadêmica como professor na Universidade Estadual de Maringá. Como trovador, tem uma coleação de mais de 10 mil trovas. É grande cronista da cidade de Maringá, "o melhor lugar do mundo".  




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