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A. A. de Assis

Nos outroras, em junho

Nos antigamentes da vida, a vida era alegre e franca

Foto: Redes Sociais
Nos outroras, em junho As boas lembranças e tradições de junho

Nos antigamentes da vida, a vida era alegre e franca. Em junho bem mais, numa bem-humorada homenagem a Santo Antônio, São João e São Pedro.

A festança no terreiro. A fogueira no meio. O mastro com a estampa do santo na ponta. As barraquinhas de vender batata-doce, caldo de cana, beijo de moça. As danças. As fantasias. A recitação.

Os casais formavam uma grande roda e cantavam modas. Após cada moda faziam uma parada, jogavam um dos participantes no centro e o obrigavam a dizer um versinho. Como estes:

  • O meu pai é Juca Caco, / minha mãe Caca Maria; / ajuntando os cacos todos, / sou filho da cacaria!

  • O meu chapéu tem três bicos, / três bicos tem meu chapéu; / se não tiver os três bicos, / então não é meu chapéu!

  • Quando Deus moldou o homem, / não precisou cerimônia: / deu-lhe o corpo de um boneco / e a cara de um sem-vergonha...

  • Fecha bem tua janela / quando te fores deitar... / No quarto de uma donzela, / nem a lua pode entrar!

  • Não é por andar com livros / que a gente fica doutor. / As traças vivem com eles, devem sabe-los de cor.

  • Eu não canto por cantar / nem por ser bom cantador. / Canto pra matar saudades / que tenho do meu amor.

  • Senhora tão bonitona, / tira a roupa da janela... / Vendo a roupa sem a dona / penso na dona sem ela!

  • Machado de Assis proclama, / e eu tenho que concordar: / “É melhor cair de cama  / do que do terceiro andar”...

  • Cuidado, mocinha ingênua, / com o que  diz o garotão. / Discurso fácil nos lábios, / mentira no coração!

  • O invejoso xinga e picha, / mas de nada adianta o estrilo: / – Quem nasceu pra lagartixa / nunca chega a crocodilo!

– Viva São Pedro!

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Crônica publicada no Jornal do Povo – Maringá – 26-06-2025


* A. A. de Assis, jornalista, escritor, poeta e professor é um dos pioneiros da vida intelectual e cultural de Maringá. Atuou com brilhantismo na imprensa local e tem uma aplaudida vida acadêmica como professor na Universidade Estadual de Maringá. Como trovador, tem uma coleação de mais de 10 mil trovas. É grande cronista da cidade de Maringá, "o melhor lugar do mundo".  



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