Vereador é flagrado em áudio pedindo parte do salário de assessor
Vereador disse ao assessor: 'É tudo dividido'

O vereador Valdinei Vicente da Silva, conhecido como "Nei da Pesca" (Novo), está sendo investigado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por suspeita de envolvimento em um esquema de rachadinha na Câmara Municipal de Pontal do Paraná, no litoral do estado. A prática consiste em exigir a devolução de parte do salário e benefícios de assessores nomeados.
As investigações estão sendo conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que nesta terça-feira (10) realizou buscas na casa do vereador e na sede da Câmara. Foram apreendidos celulares e documentos que passarão por perícia. A Justiça também autorizou a quebra do sigilo de dados do celular do parlamentar.
A apuração teve início após um ex-assessor denunciar que foi demitido por se recusar a participar do esquema. Segundo ele, recebia salário bruto de R$ 7.200 e vale-alimentação de R$ 1.200. Conforme relatou ao Gaeco, o vereador exigia a devolução de R$ 3 mil mensais e do vale-alimentação, que seriam repassados à esposa do vereador.
Em áudios obtidos pelo Ministério Público, Nei da Pesca detalha como funcionava o suposto esquema. “O vereador precisa juntar dinheiro... Então é melhor você fazer o jogo e ficar quatro [anos], mais quatro, mais quatro, mais quatro... do que você não fazer o jogo, ficar quatro e ir embora”, afirma em um dos trechos. Em outro, reforça: “É tudo dividido. Um tem que ajudar o outro. Para quê? Para manter a roda rodando”.
A conduta atribuída ao vereador se enquadra no crime de concussão, que consiste na exigência de vantagem indevida por parte de um agente público. A pena prevista é de dois a doze anos de reclusão, além de multa.
O que dizem os citados
A defesa de Nei da Pesca afirmou que o vereador está colaborando com as autoridades, fornecendo os documentos e informações solicitadas. Em nota, informou que o parlamentar "confia na Justiça e reafirma o compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às instituições".
A Câmara Municipal de Pontal do Paraná informou que, caso as suspeitas sejam confirmadas, poderá abrir processo disciplinar, o que pode levar ao afastamento ou até à cassação do mandato.
O Partido Novo declarou que solicitou a suspensão da filiação partidária do vereador enquanto durarem as investigações.
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