Segundo o DataSUS, em 2024 o Estado teve 8.682 atendimentos por queimaduras, com 1.894 internações hospitalares. Samu e Siate somaram, ao longo daquele ano, 1.190 atendimentos. Além das hospitalizações, os serviços ambulatoriais também acolheram 1.838 vítimas de queimaduras apenas nos quatro primeiros meses deste ano.

Diante desses números, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e o Corpo de Bombeiros do Paraná reforçam os cuidados preventivos, especialmente durante as festas juninas, época em que o uso de fogos de artifício, fogueiras e líquidos quentes aumenta o risco de acidentes. As queimaduras mais frequentes são de segundo grau e acometem áreas sensíveis como cabeça, tronco e membros superiores.

“É possível manter as tradições, desde que a segurança venha em primeiro lugar. Não podemos permitir que um momento de alegria se transforme em risco à vida. Por isso, reforçamos orientações que fazem toda a diferença nesses períodos”, destacou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto.

Prevenção em foco

As queimaduras podem ocorrer tanto no preparo quanto no consumo de alimentos e bebidas quentes. Crianças devem permanecer afastadas da cozinha, e os cabos das panelas devem estar sempre virados para o interior do fogão.

Brincadeiras devem ser realizadas longe de fogueiras, que também devem ser montadas em locais afastados de matas, depósitos de papel e materiais inflamáveis. Ao acender fósforos, deve-se manter o palito longe do rosto, para evitar acidentes com o cabelo ou sobrancelhas. Produtos inflamáveis, como o álcool, nunca devem ser usados com o fogo já aceso e devem ser mantidos fora do alcance de crianças.

A capitã Luisiana Guimarães, porta-voz do Corpo de Bombeiros do Paraná, alerta para a atenção redobrada durante o mês de junho. “Nesse período temos mais contato com fogo: fogueiras, fogos de artifício, alimentos quentes. Algumas orientações simples ajudam muito na prevenção de acidentes com queimaduras”, afirma.

Segundo ela, caso seja necessário utilizar líquidos inflamáveis, como o álcool, é fundamental garantir que não haja nenhuma fonte de ignição por perto. “O acendimento deve ser feito apenas com a fogueira ainda apagada. O uso de combustíveis com o fogo já aceso pode causar explosões e queimaduras graves”, alerta.

Rede de atendimento

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral e gratuito às vítimas de queimaduras. O Paraná conta com 35 leitos especializados, sendo 23 cirúrgicos e 12 de UTI, distribuídos em hospitais como o Universitário de Londrina e o Evangélico Mackenzie, em Curitiba, que são referências no atendimento a casos graves.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 11 milhões de pessoas no mundo sofrem queimaduras que requerem atenção médica a cada ano — uma média de 30 mil casos por dia. Os óbitos ultrapassam 180 mil por ano.

Como agir em caso de queimadura

A capitã dos Bombeiros também orienta sobre os primeiros socorros:

Queimaduras de 1º grau (vermelhidão): lavar com água corrente fria por cerca de 10 minutos. Compressas frias e úmidas também ajudam.

Queimaduras de 2º grau (com bolhas): não estourar as bolhas; o corpo reabsorverá o líquido naturalmente.

Queimaduras de 3º grau, por substâncias químicas, eletricidade ou que atinjam grandes áreas do corpo: buscar atendimento médico imediato e acionar os números 193 (Siate) ou 192 (Samu).

Junho Laranja

Em alusão ao Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, celebrado em 6 de junho, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ) do Hospital Universitário da UEL promove a campanha Junho Laranja, voltada à prevenção e conscientização.

Neste ano, o tema da campanha é:

“Violência contra a mulher: marcas no corpo, feridas na alma”, que ressalta o impacto das queimaduras como forma de agressão física e psicológica contra mulheres — uma realidade ainda presente no país, e que também exige atenção da sociedade.

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