Paranaense abandona guerra da Ucrânia após ser enviado para a linha de frente
O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, decidiu deixar a Ucrânia após receber ordens para se deslocar para a linha de frente da guerra.
Por Redação Hoje Maringá
21/08/2025 | Atualizado em 21/08/2025 - 08h23
Redação Hoje Maringá
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação O paranaense Lucas Felype Vieira Bueno, de 20 anos, natural de Francisco Beltrão, decidiu deixar a Ucrânia após receber ordens para se deslocar para a linha de frente da guerra. O jovem havia se voluntariado com a promessa de atuar no trabalho com drones, mas relatou que começou a ser treinado e direcionado para a infantaria.
Segundo Lucas, o contrato assinado com o Ministério da Defesa ucraniano exigia permanência mínima de seis meses, o que dificultou a tentativa de desistência. Na madrugada do dia 12, ele deixou a base militar e percorreu cerca de 20 quilômetros a pé até conseguir uma carona.
Travessia arriscada
O paranaense passou por cidades como Kharkiv, Kiev e Lviv até chegar à fronteira, em uma jornada de mais de mil quilômetros. Ele contou que grande parte do percurso foi feita a pé e que enfrentou barreiras policiais. Após dias de incerteza, conseguiu cruzar a fronteira e obteve um visto de turismo.
“O trajeto foi um tiro no escuro. Eu não sabia se realmente iria conseguir sair dessa”, disse Lucas em entrevista ao g1.
Situação legal
De acordo com o especialista em Direito Internacional Pablo Sukiennik, o contrato assinado é regido pela lei ucraniana e Lucas poderá responder por deserção. Em caso de pedido, ele pode até enfrentar extradição.
O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso por meio da Embaixada do Brasil em Kiev e reforçou a recomendação para que brasileiros recusem propostas de trabalho militar em zonas de conflito, já que a assistência consular nesses casos é limitada.
Futuro incerto
Atualmente em um país europeu não revelado por razões de segurança, Lucas avalia se retorna ao Brasil ou permanece fora. “Meu futuro aqui é incerto, mas está melhor do que antes”, afirmou.
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