Saúde mental dos adolescentes em alerta: psicóloga Aline Graffiette reforça urgência em identificar sinais de sofrimento
O aumento dos casos de sofrimento emocional e suicídio entre adolescentes acende um alerta urgente para a saúde pública brasileira.

O aumento dos casos de sofrimento emocional e suicídio entre adolescentes acende um alerta urgente para a saúde pública brasileira. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Tentativas e Óbitos por Suicídio no Brasil (Ministério da Saúde, 2023), a taxa de suicídio entre jovens de 15 a 19 anos cresceu mais de 45% entre 2012 e 2022. Os dados escancaram uma crise silenciosa que precisa ser enfrentada com seriedade, empatia e ação imediata.
Segundo a psicóloga Aline Grafiette, da clínica Mental One, ainda há uma grande negligência em relação à saúde mental dos jovens. “Infelizmente, muitas famílias só procuram ajuda psicológica quando o problema já está muito grave. Mas, no caso do suicídio, não há segunda chance. É uma realidade que não pode ser ignorada”, afirma.
A especialista ressalta que adolescentes que chegam a esse ponto geralmente já estavam em sofrimento há muito tempo e deram sinais — muitas vezes ignorados. “Esse jovem não decide tirar a própria vida de uma hora para outra. Ele vinha mal, mas muitas vezes seu sofrimento foi banalizado ou tratado como exagero”, alerta.
Aline critica a naturalização do sofrimento adolescente. Expressões como “é só uma fase” ou “adolescente é tudo igual” contribuem para a invisibilização de transtornos como depressão, ansiedade e distúrbios emocionais. Isso impede que o problema seja tratado de forma precoce e eficaz.
Ela reforça a importância da presença ativa dos pais e responsáveis. “Eles nem sempre são culpados, mas são responsáveis por oferecer apoio, observar sinais de alerta e buscar ajuda profissional. Ignorar não é uma opção”, afirma.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 75% dos transtornos mentais começam antes dos 24 anos, sendo que mais da metade tem início antes dos 14. Apesar disso, muitos jovens ainda não recebem o acompanhamento psicológico necessário.
Para ajudar adolescentes a enfrentar esse momento delicado, é essencial criar um ambiente de escuta ativa, empatia e acolhimento. Mudanças bruscas de comportamento, isolamento, queda de rendimento escolar, alterações no sono ou na alimentação e falas que demonstram desesperança devem ser levadas a sério. “Mais do que julgar, é preciso estar presente, validar as emoções e procurar ajuda diante de qualquer sinal persistente de sofrimento”, orienta Aline.
Além do apoio psicológico, manter rotina equilibrada, promover atividades prazerosas e fortalecer vínculos familiares são atitudes que contribuem diretamente para o bem-estar dos adolescentes.
“Saúde mental não é luxo. É necessidade. E o cuidado salva vidas”, conclui Aline.
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