O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi eleito nesta quinta-feira (8) como novo líder da Igreja Católica, sucedendo o Papa Francisco na Catedral de São Pedro. Ele foi escolhido por pelo menos 89 dos 133 cardeais votantes do conclave, superando os dois terços necessários para a eleição. Ao assumir o pontificado, Prevost adotou o nome Leão XIV, sinalizando uma intenção de continuidade com o legado de Leão I, também conhecido como Leão Magno.

A escolha do nome pontifício carrega forte simbolismo. O primeiro a usá-lo foi Leão I, o 45º papa da Igreja Católica, que liderou a instituição de 440 a 461. Seu pontificado foi marcado por ações diplomáticas decisivas e pela defesa doutrinária em momentos críticos da história cristã. Em 452, Leão enfrentou o líder bárbaro Átila, conseguindo impedir a invasão de Roma após um célebre encontro às margens do rio Mincio, perto de Mântua. Três anos depois, negociou com os Vândalos de Genserico para evitar a destruição total da cidade.

Além de pacificador, Leão Magno teve papel fundamental no Concílio de Calcedônia (451), que definiu a natureza humana e divina de Jesus Cristo, estabelecendo bases doutrinárias ainda vigentes. Ele também fortaleceu a primazia da Sé Romana e foi um prolífico escritor, com cerca de 100 sermões e 150 cartas conhecidas.

Leão I foi o primeiro papa a receber o título de "Magno" e um dos poucos a ser reconhecido como Doutor da Igreja. Sua atuação caritativa e teológica o tornou um dos líderes mais reverenciados da história da Igreja. Suas relíquias estão preservadas na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Com a escolha de Leão XIV como nome papal, Robert Prevost indica uma inspiração direta no legado do antigo pontífice, destacando valores como liderança firme, defesa da fé e busca pela paz. Agora, ele enfrenta o desafio de conduzir mais de 1,3 bilhão de fiéis em um cenário global cada vez mais complexo e plural.