Padre preso por estupro de vulnerável no Paraná já havia sido denunciado em 2011
Documento entregue à Arquidiocese de Cascavel mostra que Dom Mauro Aparecido dos Santos recebeu denúncia de tentativa de abuso e não comunicou à polícia.

Um documento de 2011 revela que o padre Genivaldo Oliveira dos Santos, preso no último domingo (24) em Cascavel (PR) por estupro de vulnerável, já havia sido denunciado à Igreja por um seminarista da época. A acusação foi entregue pessoalmente ao então arcebispo Dom Mauro Aparecido dos Santos, que, segundo o relato, não levou o caso à polícia. O religioso morreu em 2021.
A vítima, que hoje também é padre, afirmou à RPC, afiliada da TV Globo, que desistiu de procurar a polícia por medo de não ser ordenado. Ele decidiu registrar o caso em documento e iniciar acompanhamento psicológico. No texto entregue ao arcebispo, escreveu: “De minha parte dou por encerrado o caso ocorrido com o seminarista Genivaldo Oliveira dos Santos.”
O documento também cita os nomes dos padres Emerson Detoni e Antonio Ailson Aurélio, ex-reitores do seminário, e de uma psicóloga. A Cúria Metropolitana informou que os reitores já não fazem mais parte da Arquidiocese de Cascavel.
A defesa de Genivaldo declarou que vai se pronunciar apenas nos autos e disse acompanhar as investigações “com intuito de colaboração total, de modo que se busque a verdade real dos fatos, e não aquela exteriorizada pela autoridade policial em entrevista”.
Investigação atual
Segundo a Polícia Civil, Genivaldo é investigado desde 16 de junho. Até o momento, seis vítimas foram identificadas, entre jovens da comunidade católica e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Outras duas possíveis vítimas também estão sendo ouvidas.
A prisão temporária foi decretada porque o padre estaria tentando entrar em contato de forma insistente com vítimas e testemunhas. Policiais do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes (Nucria) também cumpriram mandado de busca e apreensão na casa dele.
A defesa alega que a prisão é “desnecessária” e que vai pedir a revogação.
Posição da Igreja
O atual arcebispo de Cascavel, Dom José Mário Scalon Angonese, afirmou que o padre foi suspenso assim que a denúncia chegou oficialmente à diocese, em 14 de agosto. Ele explicou que o processo canônico segue prazo de 90 dias antes de ser enviado ao Vaticano.
“Se confirmado que houve pedofilia, a decisão de Roma tem sido clara: a demissão do estado clerical. Ele deixará de ser padre”, disse.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também foi contatada, mas não se manifestou até a última atualização da reportagem.
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