Internet transforma rotina em escolas indígenas do litoral

A chegada da internet banda larga por meio da tecnologia Starlink está transformando o dia a dia de estudantes e professores das escolas indígenas no Litoral do Paraná. Inserida na comunidade Guaviraty, próxima ao balneário Shangri-lá, em Pontal do Paraná, a Escola Estadual Indígena Guavirá Poty já sente os efeitos positivos da nova conexão, que beneficia majoritariamente alunos da etnia Guarani.
Maucon Gonçalves, 14 anos, aluno do 8º ano, afirma que a melhoria na conexão trouxe avanços significativos para o aprendizado em várias disciplinas. “Facilitou para fazer pesquisas sobre Ciências, Geografia, História e Educação Física, e acessar Khan Academy, Redação, Inglês e Leia Paraná. Isso é muito importante, pois as escolas indígenas são fundamentais para garantir a educação dos povos originários sem descaracterizar as tradições”, ressalta.
A realidade se repete na Ilha da Cotinga, em Paranaguá, onde funciona o Colégio Estadual Indígena Pindoty. Com acesso facilitado à internet, os estudantes ampliaram a participação nas aulas de informática e nos recursos digitais disponíveis. “Antes não era fácil fazer pesquisas. Agora é mais rápido e a conexão não cai toda hora”, conta Aniela Moreira, aluna da 2ª série do Ensino Médio.
Mais do que acesso à informação, a internet ajuda a ampliar os horizontes dos jovens. “Dificilmente saímos da aldeia. Precisamos da internet para entender como é a vida fora daqui e também trazer esse conhecimento para nossa comunidade”, afirma Bruno Fernandes, também do Ensino Médio.
Infraestrutura reforçada nas escolas indígenas
Além da internet via satélite, as escolas indígenas receberam uma série de investimentos em infraestrutura no início de 2025. Entre as ações estão a substituição de salas de madeira por estruturas permanentes, a entrega de chromebooks para estudantes e professores e a instalação de aparelhos de ar-condicionado.
“Me sinto feliz e grata por fazer parte de uma educação inclusiva, com infraestrutura e de qualidade para os nossos estudantes”, destacou Rejane de Oliveira, diretora da Escola Guavirá Poty.
A conectividade também trouxe avanços para a gestão escolar e os serviços administrativos das secretarias, que agora operam com mais agilidade.
Educação intercultural e bilíngue
A rede estadual do Paraná conta atualmente com 40 escolas indígenas, que atendem cerca de 5,5 mil estudantes das etnias Kaingang, Guarani, Xokleng e Xetá. Essas instituições seguem diretrizes próprias, com respeito à cultura, língua e tradições de cada comunidade. O ensino é bilíngue e intercultural, com aulas em português e nas línguas indígenas desde os primeiros anos escolares.
“O aluno ensina o professor e o professor ensina o aluno. A escola ajuda a entender o que está acontecendo no mundo”, reflete Diogo Romero, do 7º ano do Colégio Pindoty.
Com o Novo Ensino Médio implantado no estado, as escolas indígenas também contam com componentes curriculares específicos, como Projeto de Vida e Bem Viver, Informática Básica, Robótica, Laboratório de Escrita e Produção Audiovisual, Filosofia Indígena e Cultura Corporal Indígena.
Além disso, a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR) promove a valorização da cultura indígena em toda a rede estadual. Por meio de equipes multidisciplinares, a secretaria garante a aplicação da Lei 11.645/2018, que torna obrigatório o ensino da história e cultura indígena em todos os níveis da educação básica.
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