O Banco Central (BC) lançou oficialmente nesta quarta-feira (4) o Pix automático, uma nova funcionalidade que promete transformar a forma como os brasileiros lidam com pagamentos recorrentes, como mensalidades escolares, planos de saúde, serviços de streaming e contas de condomínio.

Diferente do débito automático tradicional, o Pix automático poderá ser oferecido por qualquer instituição financeira autorizada a operar com o sistema de pagamentos instantâneos, ampliando o acesso a esse serviço antes restrito a grandes empresas com acordos bilaterais com bancos.

A primeira instituição a implantar o Pix automático foi o Banco do Brasil, ainda em maio. Conforme o cronograma do BC, a ferramenta estará disponível para outras instituições a partir do dia 16 de junho, inicialmente para pessoas físicas pagadoras e empresas recebedoras.

Como funciona?

O usuário autoriza o pagamento e define regras, como o valor máximo. Antes do vencimento, a empresa envia a cobrança ao banco do pagador, que agenda o pagamento e notifica o cliente para conferir se o valor está correto. O Pix automático será gratuito para o pagador.

Inclusão financeira e controle

Com mais de 160 milhões de transações diárias, o Pix já é uma das maiores plataformas do país. Segundo pesquisa da Quaest, cerca de 60% dos brasileiros de baixa renda não possuem cartão de crédito, tornando o Pix automático uma solução inclusiva para esse público.

“O Pix automático elimina atritos nos pagamentos recorrentes, devolvendo ao consumidor controle total dos seus pagamentos, inclusive com cancelamento direto pelo aplicativo bancário”, afirma Ralf Germer, CEO da PagBrasil.

Porém, especialistas alertam que a nova modalidade não substituirá imediatamente outras formas tradicionais, como o débito automático. “Falaram que o Pix iria matar o boleto, e isso não aconteceu”, pondera Renato Fairbanks, CEO da Iugu.

O presidente do BC, Gabriel Galípolo, destacou que o Pix é “o dinheiro que anda na velocidade do nosso tempo” e que o novo sistema proporcionará mais segurança e menor custo para pagamentos recorrentes.

Renato Gomes, diretor do BC, ressaltou a importância da ferramenta para a inclusão financeira, especialmente para consumidores que possuem apenas conta bancária e limites reduzidos, afirmando que será um “ganha-ganha” para consumidores e empresas.