A internet transformou hábitos cotidianos e facilitou o acesso a diversas atividades, entre elas as apostas. Antes restritas a locais físicos, as apostas agora podem ser feitas virtualmente, a qualquer hora e de qualquer lugar, por meio de computadores ou smartphones. Essa comodidade, no entanto, traz um alerta: o risco crescente de dependência em jogos online.

A facilidade de acesso aos sites de apostas tem gerado preocupações entre especialistas em saúde mental. O comportamento de risco pode afetar negativamente relações familiares, vida profissional, rendimento acadêmico e condições financeiras dos apostadores. Para a psicóloga Joselene L. Alvim, a dinâmica dos jogos, com a promessa de ganhos rápidos, ativa o sistema de recompensa do cérebro, por meio da dopamina, levando à repetição compulsiva do comportamento.

A ilusão da recuperação financeira após uma sequência de perdas é um dos principais gatilhos para o endividamento. Inicialmente, familiares e amigos tentam ajudar, mas a reincidência leva a novas dívidas e à quebra de confiança, o que gera conflitos e isolamento social.

De acordo com especialistas, reconhecer a dependência é essencial, mas difícil. Muitos jogadores não admitem o vício, tratando as apostas como simples entretenimento e acreditando ter autocontrole. O problema, porém, pode ser uma fuga de dificuldades emocionais, como ansiedade, baixa autoestima e depressão, estabelecendo um ciclo vicioso difícil de romper sem ajuda profissional.
A compreensão da família e o acesso a tratamento especializado são fundamentais para o processo de recuperação. O vício em apostas online é uma questão de saúde pública e deve ser encarado com seriedade, especialmente diante da crescente presença das casas de apostas virtuais na rotina dos brasileiros.

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