Dogão prensado é reconhecido como símbolo de Maringá, que celebra 78 anos

Neste sábado (10), Maringá completa 78 anos de história. E junto da comemoração, um personagem curioso também é lembrado: o tradicional dogão prensado, lanche que há pelo menos 50 anos conquistou o paladar dos maringaenses e se tornou símbolo da cidade.
O sanduíche, variação local do famoso cachorro-quente, ganhou características únicas ao longo das décadas. Popular em carrinhos de rua e lanchonetes, o dogão maringaense foi oficialmente reconhecido como prato típico do município em 2017, por meio de uma lei sancionada pela Prefeitura e aprovada pela Câmara Municipal.
Hoje, segundo a administração municipal, há 126 carrinhos cadastrados que comercializam o lanche, além de dezenas de estabelecimentos fixos espalhados pela cidade. Para quem vive em Maringá — ou já passou pela cidade — provar o dogão é tão obrigatório quanto visitar seus cartões-postais.
Origem e transformação do lanche
De acordo com o historiador Miguel Fernando, o dogão começou a ganhar espaço em Maringá na década de 1970. Na época, era conhecido como “cachorrão” e vendido por meio de carrinhos e trailers que ocupavam as ruas da cidade. O formato prensado surgiu pouco tempo depois, quando um “carrinheiro” teve a ideia de “chapar” o lanche na chapa quente, garantindo mais sabor e praticidade.
“É um lanche democrático, acessível a todas as classes e disponível o ano todo. Isso o torna, de fato, um alimento típico e culturalmente representativo”, destaca o historiador.
Tradição familiar e memória afetiva
O dogão também carrega histórias familiares. Guilherme Pedroza é neto de José Viana, pioneiro na comercialização do lanche em Maringá. Em 1972, o avô fundou a lanchonete Kikão, que hoje segue sob comando do neto. Guilherme conta que, quando criança, ajudava o avô a limpar as mesas. Hoje, lidera a expansão do negócio, que já conta com uma segunda unidade em uma universidade da cidade e planos para chegar a outros municípios do Paraná.
“O segredo do nosso lanche está na qualidade, na maionese verde feita com receita de família e, claro, no vínculo com os clientes. É mais que um negócio, é herança e memória”, afirma.
De Maringá para o Brasil
A tradição do dogão também ultrapassou os limites da cidade. Em São Paulo, a empresária Luciana Manfré Pastro comanda a lanchonete Dogão de Maringá, onde reproduz fielmente o lanche maringaense. No cardápio, os nomes dos sanduíches homenageiam ruas e pontos turísticos da cidade paranaense, como Parque do Ingá e Avenida Tiradentes.
“Mesmo em São Paulo, onde o cachorro-quente é famoso pelo purê de batata, quem prova o nosso dogão prensado se encanta. E sempre que volto a Maringá, faço questão de comer um por lá”, conta Luciana.
Dogão também é mascote
O sucesso do dogão é tanto que, desde 2018, ele virou mascote do Maringá Futebol Clube. A escolha foi feita por meio de votação popular e buscava aproximar o time da torcida. “Dogão” foi o nome mais votado e, além de representar a paixão pelo futebol, presta homenagem ao prato mais querido da cidade.
“Hoje, o mascote é um dos mais carismáticos do futebol brasileiro. É uma forma de levar a identidade de Maringá para dentro dos estádios”, afirma o CEO do clube, Clério Júnior.
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