Casos graves de doenças respiratórias disparam no Brasil

O Brasil enfrenta um crescimento preocupante nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 13 estados e o Distrito Federal em nível de alerta, risco ou alto risco, segundo o mais recente Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado nesta sexta-feira (26). A análise considera dados entre os dias 13 e 19 de abril.
O levantamento mostra que, nas últimas seis semanas, houve tendência de aumento nos registros da doença, principalmente devido ao avanço das hospitalizações por vírus respiratórios, como o vírus sincicial respiratório (VSR) e o influenza A, que é o vírus da gripe.
Os estados com maior incidência de SRAG são: Acre, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.
Segundo a Fiocruz, o aumento nas internações é mais significativo entre crianças pequenas, impactadas principalmente pelo VSR. Também houve aumento entre crianças maiores e adolescentes até 14 anos, especialmente por rinovírus.
Outro ponto de atenção é a alta nacional nas hospitalizações por influenza A, com destaque para o Mato Grosso do Sul, onde o cenário é considerado crítico, com incidência muito alta da doença.
Vírus predominantes
Nas últimas quatro semanas epidemiológicas, a presença dos vírus nos casos positivos de SRAG foi:
56,9%: Vírus sincicial respiratório (VSR)
25,5%: Rinovírus
15,7%: Influenza A
3,9%: SARS-CoV-2 (Covid-19)
1%: Influenza B
Entre os óbitos por doenças respiratórias, os testes apontaram:
35,7%: SARS-CoV-2
30,4%: Influenza A
16,1%: Rinovírus
10,1%: VSR
3,6%: Influenza B
Prevenção é fundamental
A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Processamento Científico da Fiocruz e do InfoGripe, alertou que esse cenário demanda atenção e reforço nas medidas de prevenção. Ela destacou a importância da vacinação contra a gripe (influenza) e recomendou o uso de máscaras em ambientes fechados ou com aglomeração, especialmente em regiões mais afetadas.
Para pessoas com sintomas respiratórios, as orientações incluem:
Cobrir o nariz e a boca com lenço ao tossir ou espirrar
Evitar abraços, apertos de mão e beijos
Não compartilhar copos, talheres ou toalhas
Lavar as mãos frequentemente com água e sabão ou álcool em gel
A Fiocruz reforça que a combinação de cuidados individuais e vacinação pode ajudar a conter o avanço de casos graves.