Com a morte do Papa Francisco no último dia 21 de abril, a Igreja Católica se prepara para mais um conclave. A eleição do novo pontífice promete ser uma das mais representativas da história recente, com cardeais de todos os continentes sendo considerados papáveis. Entre os favoritos, destacam-se nomes ligados à diplomacia vaticana, à justiça social, ao diálogo inter-religioso e à tradição conservadora.

Pietro Parolin, atual Secretário de Estado do Vaticano, é considerado o número dois da Santa Sé. Nome de confiança dentro da Cúria Romana, Parolin tem sólida carreira diplomática, com passagens pela Venezuela, Nigéria e México, além de participações em negociações sensíveis com China e Vietnã.

Entre os candidatos italianos, Matteo Maria Zuppi, arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana, é apontado como um dos favoritos por sua proximidade com Francisco. Ligado à Comunidade de Sant’Egidio, é ativo em iniciativas de inclusão social e na mediação da guerra na Ucrânia.

Do continente asiático, desponta o cardeal Luis Antonio Tagle, das Filipinas, pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização. Com forte atuação em causas humanitárias e sociais, Tagle é visto como herdeiro natural da linha reformista do papa falecido.

Na frente cultural e teológica, o português José Tolentino de Mendonça tem se destacado. Poeta, teólogo e atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Mendonça representa uma vertente intelectual e progressista da Igreja.

A Europa também traz nomes como Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, conhecido por seu trabalho em prol dos imigrantes e do diálogo inter-religioso, e Pierbattista Pizzaballa, Patriarca Latino de Jerusalém, com vasta experiência no Oriente Médio e nas relações entre cristãos, judeus e muçulmanos.

Outros nomes cotados incluem o húngaro Péter Erdő, de orientação conservadora; o congolês Fridolin Ambongo, defensor da justiça social; e o uruguaio Daniel Sturla, um dos principais rostos da Igreja na América Latina.

Entre os africanos, destaca-se também Stephen Brislin, da África do Sul, com trajetória ligada à reconciliação e justiça social no pós-apartheid.

Alguns nomes tradicionalistas também figuram nas listas, como Robert Sarah (Guiné), Malcolm Ranjith (Sri Lanka), Gerhard Ludwig Müller (Alemanha) e Raymond Leo Burke (EUA), todos com perfil conservador e visões doutrinárias mais rígidas.

Da América Latina, dois brasileiros surgem como possíveis surpresas: Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus e voz ativa em temas socioambientais, e Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador, que acumula experiência pastoral em várias regiões do país.
Com um colégio cardinalício formado majoritariamente por membros nomeados por Francisco, o próximo papa terá a missão de dar continuidade – ou redirecionar – o caminho de reformas e abertura iniciado por seu antecessor. O mundo observa com atenção.

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