O meia boliviano Miguel Terceros, conhecido como Miguelito, foi liberado na manhã desta terça-feira (7) após ter sido preso em flagrante por uma suposta injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR, durante partida válida pela Série B do Campeonato Brasileiro. O jogo aconteceu em Ponta Grossa (PR), na noite de segunda-feira.

O jogador do América-MG, emprestado pelo Santos, passou a noite detido, sem algemas, e aguardou a decisão judicial no fórum da cidade. A liberação foi concedida pelo Ministério Público, mas as investigações sobre o caso seguem em andamento. Miguelito está autorizado a retornar a Belo Horizonte e já busca voo para a capital mineira.

O episódio gerou grande repercussão após Allano relatar ter sido chamado de "negro cagão" por Miguelito, o que motivou a ativação do protocolo antirracista pelo árbitro da partida. No entanto, a súmula informa que "nenhum integrante da equipe de arbitragem viu ou ouviu o incidente", e as câmeras de transmissão não captaram o momento.

Miguelito nega as acusações e afirma que apenas respondeu a xingamentos durante o jogo. Fontes próximas ao atleta disseram ao UOL que a prisão não foi mantida por falta de provas conclusivas. Ainda segundo relatos, a versão de Allano teria mudado ao longo do depoimento, e o capitão do Operário, Jacy, que testemunhou o episódio, afirmou ter ouvido apenas a palavra "negro".

Pelas redes sociais, Allano desabafou: “Ser ofendido pela cor da minha pele é algo doloroso, revoltante e, acima de tudo, inaceitável”. O atacante reforçou que não irá se calar diante de casos de racismo.

O América-MG acompanhou a situação à distância, enquanto o estafe de Miguelito contratou dois advogados para conduzir a defesa. O jogador demonstrou estar abalado com a repercussão e, caso o processo seja arquivado, cogita processar Allano por danos morais.

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