Apesar de fazerem parte da paisagem urbana, as antenas de telefonia celular ainda geram dúvidas sobre possíveis riscos à saúde, especialmente em relação ao câncer. No entanto, pesquisas científicas realizadas ao longo de mais de 30 anos indicam que, se há algum impacto, ele é extremamente reduzido ou até imperceptível.

As estações de transmissão, que operam com radiação não ionizante, são instaladas a alturas que variam entre 15 e 60 metros — distância considerada segura para evitar qualquer efeito nocivo à saúde humana. Segundo o professor Edson Watanabe, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC), essa altura já é suficiente para garantir a segurança da população.

“Distâncias da ordem de alguns metros são consideradas seguras, e os campos eletromagnéticos não fariam mal às pessoas. Espaços muito menores, como um metro ou menos, não são recomendáveis, mas ainda assim não há casos comprovados de problemas de saúde causados por antenas”, afirmou o especialista.

Watanabe destaca ainda que a radiação emitida pelas antenas é semelhante à de outros dispositivos comuns, como rádios, micro-ondas e roteadores wi-fi. Ele compara a potência dos celulares à dos aparelhos domésticos: “O wi-fi que usamos em casa também tem operação similar e pouco se fala dele como causador de problemas de saúde por indução eletromagnética. A potência é um pouco menor que a do celular, mas eu mesmo trabalho a menos de um metro do roteador wi-fi. Nunca tive problema de saúde que pudesse culpar o aparelho”.
Com base nas evidências disponíveis, cientistas reforçam que os níveis de exposição à radiação não ionizante emitida pelas antenas estão muito abaixo dos limites considerados perigosos por órgãos internacionais de saúde. Assim, o uso da telefonia celular, dentro das normas regulamentares, não representa ameaça significativa à saúde pública.