Um edifício residencial em Maringá, no norte do Paraná, chama atenção de moradores e visitantes por um detalhe inusitado: janelas tortas na fachada. Localizado na Zona 1 da cidade, o Edifício Guinza foi construído entre 2007 e 2009 e abriga 48 quitinetes, sendo que 16 delas possuem janelas inclinadas, que despertam curiosidade e até viraram atração para quem passa pela região.

O responsável pelo projeto é o arquiteto e urbanista Roberto Estevam. Segundo ele, a proposta original era romper com a monotonia das construções convencionais. Inicialmente, os detalhes inclinados faziam parte de sacadas com peitoris diferenciados, mas depois essas áreas foram fechadas e transformadas em janelas. A ideia era destacar as unidades com cores vibrantes, porém, os primeiros proprietários optaram por tons neutros, buscando disfarçar o efeito visual.

Mesmo assim, o visual inusitado virou marca registrada do edifício. A síndica Valéria Grossi relata que o prédio mantém taxa de ocupação próxima de 100%, com a maioria dos moradores sendo estudantes e trabalhadores solteiros. Muitos inquilinos só percebem as janelas inclinadas após fechar o contrato. “Alguns só se dão conta quando vão instalar cortinas, já que é necessário adaptar o trilho à inclinação. Apesar disso, os moradores costumam gostar da diferença e o prédio virou até ponto de visitação para curiosos”, conta.

O edifício Guinza tem quitinetes de cerca de 25 metros quadrados, compostas por sala e cozinha conjugadas, quarto, banheiro e lavanderia. Moradores relatam que a estrutura, apesar de compacta, é bem planejada. A síndica também adianta que há planos de revitalização da fachada para evidenciar ainda mais as janelas tortas, com uso de grafismos — embora a data para a reforma ainda não esteja definida.

De acordo com o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Paraná (CAU/PR), arquitetos têm liberdade para criar projetos inovadores, desde que sigam as normas técnicas, legislações municipais e respeitem a segurança e o meio ambiente.