Zona Livre - Diniz Neto

PP tem primeira reunião com Moro
Articulações para 2026 na pauta

A informação foi publicada pelo jornalista Karlos Kohlbach, no Blog Politicamente: Ontem (5), um encontro discreto em Curitiba mexeu no tabuleiro político paranaense. A deputada Maria Victoria (PP) foi ao escritório do senador Sergio Moro (UP) para a primeira conversa entre eles após a criação da União Progressista (UP), federação que uniu União Brasil e Progressistas. O teor da conversa? Basicamente 2026.
Segundo apuração do Blog Politicamente, também estiveram presentes o deputado Mauro Moraes, ao lado de Moro, e um assessor de Maria Victoria. A deputada pediu a reunião, na qual sugeriu Ricardo Barros para liderar a federação no Paraná. Movimento de peça já sendo posicionada para que o PP apoie Moro ao Iguaçu no ano que vem.
Caso Moro seja mesmo o candidato, Barros entraria como seu articulador-mor para a sucessão de Ratinho Junior. Por enquanto, a montagem da chapa UP, nomes e espaços foi poupada: o jogo só começa de verdade após o dia 26, e, até lá, a política promete muitas reviravoltas. De qualquer maneira, ficou no ar a sugestão de Pedro Lupion (PP) para uma das cadeiras no Senado.
O que chamou atenção foi uma ausência notada por todos: Felipe Francischini, deputado federal e presidente do União Brasil no Paraná. Afinal, seria esperado que as conversas sobre os rumos da federação acontecessem diretamente entre os presidentes estaduais de PP e UB, isto é, Maria Victoria e Francischini. Mas a teoria na política, sabemos, raramente atravessa a ponte para a prática.
No Centro Cívico, não é segredo que Francischini e Moro estão em disputa pesada pelo comando do partido. De um lado, Moro aposta na força política de Davi Alcolumbre para conquistar o União Brasil. De outro, Francischini confia nos laços eleitorais e na proximidade com Antonio Rueda, principal líder do UB.
Outro fato pouco comentado: Francischini tem se aproximado do governador Ratinho Junior — silenciosamente, claro. Com a disputa interna do União Brasil sendo travada em Brasília, o Progressista já mira em 2026, mesmo ainda fazendo parte da base de Ratinho e ocupando espaço no governo. Nos bastidores, porém, essa relação anda meio azedada: café com Ratinho, café com Ricardo Barros — e nunca demais manter as portas abertas para ambos os lados.
A atuação do secretário Marco Brasil (PP) na Indústria e Comércio tem agradado muito o Palácio Iguaçu, mais até do que ao próprio partido. Já as exonerações que minam acordos anteriores entre PP e governo aparecem com frequência no Diário Oficial, surpreendendo os progressistas.
Para complicar, o PP já ficou de fora da equipe de Eduardo Pimentel em Curitiba e corre sério risco de perder mais espaço no executivo estadual. Vale acompanhar.
Apesar dessas tensões, a reunião de ontem foi vista como positiva por quem participou. Se Moro assumir de fato a presidência do União Brasil no Paraná, o status do encontro sobe de “bom” para “excelente” — e os estrategistas do Palácio Iguaçu vão precisar de nervos de aço. Mas, se o comando do UB continuar com Francischini, o PP terá que repensar seus caminhos e buscar conversa direta com o mais novo aliado de Ratinho Junior.
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