Caminhoneiro acusado de provocar 18 acidentes no Paraná é condenado e solto no mesmo dia
Por Redação Hoje Maringá
20/05/2025 | Atualizado em 20/05/2025 - 09h56
G1
Motorista de caminhão desgovernado é acusado de provocar 18 acidentes e derrubar garrafas de cerveja na BR-376 — Foto: Reprodução
Motorista de caminhão desgovernado é acusado de provocar 18 acidentes e derrubar garrafas de cerveja na BR-376 — Foto: Reprodução O caminhoneiro paranaense Nilson Pedro dos Santos, de 37 anos, foi condenado nesta segunda-feira (19) a dois anos, três meses e dez dias de prisão por lesões corporais e crimes de trânsito. No entanto, ele foi solto horas depois, já que estava preso preventivamente há dois anos e quatro meses — tempo superior à pena estabelecida. O alvará de soltura foi expedido às 4h30 da madrugada desta terça-feira (20).
Nilson foi acusado pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) de provocar 18 acidentes ao longo de um trajeto de pouco mais de 100 km, entre Ponta Grossa e Curitiba, no dia 14 de janeiro de 2023. De acordo com a denúncia, ele dirigia sob efeito de álcool e cocaína, colidindo com diversos veículos em sequência. As imagens dos acidentes, captadas por câmeras de segurança e testemunhas, circularam nas redes sociais e chocaram os moradores da capital.
Apesar de responder por 16 tentativas de homicídio qualificado, o caminhoneiro foi absolvido de parte das acusações e teve outras desclassificadas para lesão corporal. O Tribunal do Júri entendeu que não houve intenção de matar.
Segundo o MP, Nilson havia carregado um caminhão com quase 16 toneladas de cerveja em Embu (SP) e chegou a Ponta Grossa na noite do dia 13 de janeiro. Na cidade, teria consumido álcool e cocaína deliberadamente. Na manhã seguinte, partiu em direção a Curitiba e iniciou uma série de colisões. Parte da carga caiu na BR-376, espalhando cacos de vidro pela pista.
O motorista só foi parado após intervenção da polícia na Cidade Industrial de Curitiba. Na ocasião, foi submetido ao teste do bafômetro, que deu positivo. Ele também foi flagrado com cocaína e testou positivo para cocaetileno — substância produzida pela combinação de cocaína com álcool.
Laudo da Polícia Científica concluiu que, embora tenha sofrido um episódio de psicose transitória no momento da direção, Nilson tinha plena capacidade de entender a ilegalidade dos atos e de se autodeterminar.
A defesa afirmou que o caminhoneiro usou entorpecentes para suportar a longa jornada sem descanso, e reforçou que ele não teve a intenção de ferir ninguém.
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