Acusados de ataque com soda cáustica contra jovem no Paraná vão a júri popular

O Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) decidiu que Marlon Ferreira Lemes e Débora Aparecida Custódio Ferreira, acusados de envolvimento em um ataque com soda cáustica contra a jovem Isabelly Aparecida Ferreira Moro, em Jacarezinho (PR), irão a júri popular. A decisão foi publicada na sexta-feira (16) pelo juiz Renato Garcia, da Vara Criminal do município. Ainda não há data definida para o julgamento.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o crime ocorreu em 22 de maio de 2024, enquanto Isabelly se dirigia à academia. Imagens de câmeras de segurança mostram a vítima correndo em busca de ajuda após ter o rosto e o tronco atingidos pela substância corrosiva. Ela sofreu queimaduras de segundo grau na boca, cavidade orofaríngea, hipofaringe e tronco, além de lesões nos lábios e na cavidade oral. Isabelly ficou cerca de 30 dias internada no Hospital Universitário de Londrina (HU), em estado grave.
De acordo com o processo, Marlon, ex-namorado da vítima, teria planejado o ataque de dentro da prisão, onde estava detido por roubo. A atual companheira dele, Débora, foi quem executou o crime, jogando a soda cáustica na jovem. Ambos confessaram o envolvimento durante depoimentos no processo.
Na decisão, o juiz Renato Garcia apontou indícios suficientes para levar os acusados a julgamento por tentativa de feminicídio, citando agravantes como o uso de disfarce para dificultar a defesa da vítima, o motivo torpe (ciúmes, sentimento de posse e vingança), e o meio cruel (uso de produto químico altamente tóxico e corrosivo).
Marlon segue preso na Penitenciária Estadual de Londrina, enquanto Débora está na Cadeia Pública de Santo Antônio da Platina. As defesas dos acusados anunciaram que irão recorrer da decisão. O advogado de Débora, Jean Campos, afirmou em nota que a decisão "não reflete a realidade dos autos". Já a defesa de Marlon, representada por Leonardo Pimenta de Freitas Aguiar, sustenta que ele não teve domínio do fato, uma vez que já estava preso, e busca a desclassificação da acusação para lesão corporal grave.
Para o assistente de acusação e advogado da vítima, Ilton Inácio, a decisão judicial representa um avanço no combate à violência de gênero. “A sentença representa um passo importante no reconhecimento da gravidade da violência contra a mulher no contexto das relações afetivas", afirmou.
O caso chocou a população de Jacarezinho e gerou grande comoção nas redes sociais. Isabelly segue em recuperação e, em entrevista recente, afirmou estar "se recuperando aos poucos", após o ataque cruel e premeditado.
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