Casal entra na fila para adotar duas crianças e sai com cinco irmãos: ‘Eles só queriam ficar juntos’
Por Redação Hoje Maringá
15/05/2025 | Atualizado em 15/05/2025 - 07h43
G1
Jeniffer e Julio adotaram cinco irmãos — Foto: Cedida pela família
Jeniffer e Julio adotaram cinco irmãos — Foto: Cedida pela família O sonho de ter filhos levou Jeniffer Aparecida Amaral Souza de Oliveira e Julio Cesar Soares de Oliveira, moradores de Telêmaco Borba (PR), a um caminho inesperado e transformador: em vez das duas crianças que inicialmente buscavam adotar, o casal acolheu cinco irmãos que estavam em um abrigo.
A história começou após 17 anos de tentativas frustradas de gravidez. Em 2022, Jeniffer e Julio entraram na fila da adoção, buscando crianças entre 0 e 7 anos. O que não imaginavam era que seriam chamados para conhecer um grupo de cinco irmãos, prestes a ser separado. Sensibilizados, decidiram não permitir essa divisão e aceitaram o desafio de adotar todos.
“Eles ficaram no abrigo esperando e ficaram esperando por nós! A gente tem certeza disso, porque eles também oravam pelos pais e para não serem separados”, afirma Jeniffer, emocionada.
O casal passou sete meses no processo de habilitação e um ano e dois meses na fila de adoção – o mesmo período que as crianças ficaram no abrigo. Desde o primeiro encontro, a conexão entre eles foi imediata. “Foi incrível, parecia que já éramos família”, lembra Julio. Em apenas um mês, o vínculo se fortaleceu tanto que os irmãos passaram a viver com os novos pais.
Diagnóstico inesperado
Durante o processo de adaptação, um dos filhos apresentou comportamentos que levaram à investigação médica. O diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) surpreendeu a família e desencadeou uma série de descobertas: Jeniffer e Julio também receberam o diagnóstico de autismo. Atualmente, além dos três com laudo confirmado, outras crianças da família estão em avaliação.
“Somos sete... três autistas com laudo e mais três em investigação”, compartilham em um dos perfis que mantêm nas redes sociais, onde falam abertamente sobre adoção, autismo e os desafios e aprendizados da convivência familiar.
Amor e estrutura
Com idades entre 3 e 14 anos, os cinco irmãos receberam os sobrenomes dos pais e vivem uma nova realidade cheia de afeto. O casal precisou adaptar a casa, trocar de carro e ajustar a rotina, mas garante que tudo valeu a pena.
“Eu não consigo nem imaginar a gente sem eles, agora”, afirma Jeniffer. Julio completa: “O desafio foi maior do que sonhamos, mas o amor também”.
A história da família é compartilhada nas redes para inspirar outras pessoas e combater preconceitos. “Existem crianças esperando nos abrigos por famílias que tenham coragem de amar. Nós somos prova de que isso é possível”, reforça o casal.
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