Veja quem é o cardeal brasileiro cotado como possível sucessor de Francisco

O cardeal Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, está entre os sete brasileiros aptos a votar no Conclave, cerimônia que escolherá o novo papa a partir de 7 de maio, no Vaticano. Steiner, de 74 anos, é o primeiro cardeal da Amazônia e chegou a ser citado pela agência Reuters como um dos possíveis sucessores do Papa Francisco, que faleceu recentemente.
Apesar de o Brasil ser o país com o maior número de católicos do mundo, especialistas apontam que as chances de um papa brasileiro são pequenas. Dos 133 cardeais eleitores, apenas sete são do Brasil. Ainda assim, esta será a maior representação brasileira em um Conclave na história.
Entre os nomes já citados anteriormente como “papáveis”, esteve o do arcebispo de Salvador, Sérgio da Rocha, que hoje já não aparece nas listas principais. A maioria dos cotados é formada por cardeais europeus, com destaque para o italiano Pietro Parolin, além de representantes da Ásia e América do Norte.
Quem é Leonardo Steiner
Natural de Forquilhinha (SC), Steiner foi nomeado arcebispo de Manaus em 2019 e tornou-se cardeal em 2022, indicado pelo Papa Francisco. Ele ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1972, foi ordenado padre por Dom Paulo Evaristo Arns em 1978 e concluiu doutorado em Filosofia na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.
Com ampla atuação pastoral e acadêmica, Steiner foi bispo da prelazia de São Félix do Araguaia (MT), bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB entre 2011 e 2019. Seu lema episcopal é "Verbum caro factum est" (“O verbo se fez carne”).
Conclave e legado de Francisco
Durante coletiva recente na Cúria Metropolitana de Manaus, Steiner destacou o legado do Papa Francisco, a quem descreveu como “misericordioso” e atento aos mais pobres e às periferias. “O papa devolveu à Igreja fundamentos necessários. Somos extremamente gratos por isso”, afirmou.
O cardeal preside nesta terça-feira (22), às 18h, uma missa em homenagem a Francisco, na Catedral Metropolitana de Manaus. Ele aguarda a comunicação oficial do Vaticano sobre o funeral e a convocação do Conclave.
Como funciona o Conclave
A palavra "conclave" vem do latim cum clavis (“fechado à chave”) e simboliza o isolamento dos cardeais votantes no Vaticano até a escolha do novo papa. As votações ocorrem na Capela Sistina, e o eleito precisa alcançar dois terços dos votos. Após ser escolhido, o novo papa veste as vestes papais na “Sala das Lágrimas” e é anunciado ao mundo com a frase Habemus Papam.
Brasileiros com direito a voto no Conclave:
Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo de Manaus, 74 anos)
Sérgio da Rocha (arcebispo de Salvador, 65 anos)
Jaime Spengler (arcebispo de Porto Alegre, 64 anos)
Odilo Scherer (arcebispo de São Paulo, 75 anos)
Orani Tempesta (arcebispo do Rio de Janeiro, 74 anos)
Paulo Cezar Costa (arcebispo de Brasília, 57 anos)
João Braz de Aviz (arcebispo emérito de Brasília, 77 anos)
O cardeal Raymundo Damasceno (87), arcebispo emérito de Aparecida, está fora do Conclave por exceder o limite de idade, mas participará das reuniões do Colégio dos Cardeais.