Biden diz que Israel ainda discute resposta ao Irã e desaconselha ataque contra campos de petróleo
Bombardeio em instalação petrolífera poderia pressionar preço da commodity no mundo. Presidente dos Estados Unidos disse que avalia sanções econômicas contra o Irã. Joe Biden participa de coletiva de imprensa na Casa Branca, em 4 de outubro de 2024
REUTERS/Tom Brenner
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que Israel ainda está discutindo como irá responder ao ataque iraniano do dia 1º de outubro. Nesta sexta-feira (4), o democrata desaconselhou um bombardeio israelense contra campos de petróleo do Irã.
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No início desta semana, o Irã disparou cerca de 200 mísseis contra o território israelense. Grande parte dos artefatos foi direcionada a grandes cidades, como Tel Aviv e Jerusalém. Israel prometeu uma resposta "precisa" e "surpresa".
Desde então, os Estados Unidos vêm afirmando que estão conversando com Israel para discutir uma resposta adequada e "proporcional" ao Irã.
Durante uma coletiva de imprensa na Casa Branca, nesta sexta-feira, Biden disse que não atacaria campos de petróleo se fosse o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. O presidente já havia pedido para que Israel evitasse instalações nucleares iranianas.
No dia do ataque iraniano contra Israel, o preço do petróleo tipo Brent subiu quase 4%. Em 2023, o Irã foi o sétimo maior produtor de petróleo do mundo. Um ataque contra estruturas petrolíferas iranianas poderia pressionar ainda mais o preço da commodity.
Biden afirmou que está avaliando impor novas sanções econômicas contra o Irã. Ele também mandou um recado para Netanyahu.
"O principal para evitar uma guerra total é reunir os aliados para conter isso", disse. "Netanyahu deve se lembrar que nenhuma administração ajudou mais Israel do que nós."
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O ataque do Irã
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O Irã lançou mísseis contra Israel na terça-feira (1º). Uma ação do país era aguardada desde o fim de julho, quando Ismail Haniyeh, então chefe do Hamas, foi assassinado na capital do Irã. O governo iraniano responsabilizou as autoridades israelenses pela morte de Haniyeh e disse que a operação representava uma violação da soberania do país.
Nos últimos dias, o Irã voltou a prometer uma resposta à Israel pelas mortes de Hassan Nasrallah, chefe do grupo extremista Hezbollah, e de Abbas Nilforoushan, membro da cúpula da Guarda Revolucionária do Irã. Ambos foram mortos em bombardeios israelenses em Beirute, no Líbano.
O Irã é um importante aliado do Hezbollah, que é considerado grupo terrorista por Estados Unidos e Israel. O grupo extremista e os militares israelenses aumentaram as tensões nos últimos dias, que resultaram em trocas de ataques e bombardeios no Líbano, com mais de 1 mil mortes.
Na noite desta terça-feira, pelo horário local, mísseis iranianos cruzaram os céus de Tel Aviv e Jerusalém, em Israel. As autoridades israelenses afirmaram que grande parte dos artefatos foi abatida. Além disso, o sistema de defesa Domo de Ferro operou para interceptar as ameaças iranianas.
Diante do ataque, os militares israelenses emitiram uma ordem para que a população procurasse por abrigos e bunkers. Sirenes de aviso tocaram por todo o país. O espaço aéreo também foi fechado.
Cerca de 20 minutos após uma primeira onda de mísseis, uma segunda leva de artefatos foi lançada. A agência de notícias estatal iraniana afirmou que alguns artefatos atingiram locais controlados por Israel no território palestino da Cisjordânia.
O governo de Israel informou que duas pessoas ficaram feridas sem gravidade e que não houve registro de prédios ou residências atingidos.
O chefe do Conselho de Segurança dos Estados Unidos, Jake Sullivan, afirmou que o ataque iraniano não atingiu nenhuma infraestrutura estratégica de Israel. Além disso, não há relatos de mortes.
O governo do Irã disse que, após o envio de mísseis, o aiatolá Ali Khamenei — autoridade máxima do Irã — foi colocado em um local protegido e a salvo.
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