Irã ataca Israel: veja o arsenal aéreo de mísseis poderosos e orçamentos bilionários dos dois países
Oriente Médio vive escalada de tensões: Irã lançou cerca de 200 mísseis contra Israel nesta terça-feira (1) como resposta aos ataques de Israel ao grupo terrorista Hezbollah. Embora atue no Líbano, grupo é financiado pelo regime iraniano. Entenda a linha do tempo da escalada de tensões entre Irã e Israel
Já as iranianas são compostas principalmente de sistemas S300, de curto alcance.
O ataque aéreo do Irã com aproximadamente 200 mísseis balísticos em direção a Israel é mais um capítulo na escalada de tensões entre o país e o grupo terrorista Hezbollah nas duas últimas semanas.
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A maior parte dos mísseis atingiu Tel Aviv, onde uma série de explosões foi registrada. Segundo o governo de Israel, duas pessoas ficaram feridas de forma leve.
A ofensiva foi a primeira resposta do Irã desde a escalada nos conflitos entre Israel e o Hezbollah. Embora atue no Líbano, país alvo de ofensivas israelenses, o grupo é financiado pelo regime iraniano.
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Como Israel e Irã não dividem fronteira, um eventual conflito aberto entre os países poderia acontecer pelo ar, com o uso de jatos, caças e outras aeronaves e o lançamento de mísseis. O bombardeio realizado pelo Irã nesta terça (1) é um exemplo.
O g1 preparou um infográfico que descreve e detalha os principais mísseis e caças que Israel e Irã possuem, além de outros números militares dos dois países, segundo levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês) em fevereiro de 2024.
O professor de Relações Internacionais e pesquisador Vitelio Brustolin também deu detalhes sobre os arsenais dos dois países (Veja mais abaixo)
As diferenças entre os arsenais
O professor de Relações Internacionais da UFF e pesquisador de Harvard Vitelio Brustolin disse ao g1 que os arsenais aéreos de Israel e Irã tem algumas diferenças: enquanto Israel possui mais tecnologia, Irã tem uma quantidade maior de equipamentos.
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Segundo Brustolin, os caças de Israel são melhores e mais novos que os do Irã. O país governado por Benjamin Netanyahu tem aeronaves de última geração importadas dos Estados Unidos, seu maior aliado. Em contrapartida, o Irã é o segundo país mais sancionado do mundo, atrás apenas da Rússia – que invadiu a Ucrânia em 2022 e está em guerra desde então.
Enquanto Israel tem caças de última geração, como o F-35, a frota do Irã é composta por jatos mais antigos ou obsoletos, de modelos F mais antigos e caças da União Soviética, nos modelos SU-22 e SU-24. A Força Aérea israelense tem 39 caças F-35 e foi o primeiro país do mundo a operar esse modelo, fabricado pelos EUA.
"Israel controla os céus do Oriente Médio desde a Guerra dos Seis Dias [conflito entre Israel e países árabes em 1967]. O país não tem profundidade territorial, então precisa ter uma estratégia em caso de ataque iminente, e a aviação é muito importante para isso", afirmou Brustolin.
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Entretanto, o Irã é uma potência militar no Oriente Médio: tem o segundo maior efetivo militar da região, com 610 mil militares na ativa, orçamento militar anual de US$ 44 bilhões (R$ 232,6 bilhões) em 2022, mísseis poderosos – como o Sejil e o Kheibar – e 13 vezes mais veículos de artilharia e lançadores de mísseis que Israel, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
Veículos de artilharia, lançadores de mísseis, navios e jatos podem carregar e lançar os mísseis de que Israel e Irã dispõem, aumentando o alcance.
Ainda segundo o IISS, Israel tem um orçamento militar anual de US$ 19,4 bilhões (R$ 102,5 bilhões) em 2022 e efetivo de 169,5 mil militares na ativa e 465 mil reservistas. O Irã tem 350 mil reservistas.
Ainda segundo Vitelio Brustolin, "não há nem comparação" entre os sistemas de defesa aéreo de Israel e Irã. As defesas israelenses são mais avançadas, com os sistemas Seta, Domo de Ferro e Viga de Ferro. Já as iranianas são compostas principalmente de sistemas S300, de médio e curto alcance.
Veja abaixo um detalhamento do contingente de caças dos países, segundo levantamento do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS, na sigla em inglês).
Israel tem 340 caças, entre eles os seguintes modelos e versões:
196 F-16 (modelos C, D e I);
75 F-15 (modelos A, B, C, D e I);
39 F-35 (modelo I Adir).
O Irã dispõe de 273 caças, entre eles os seguintes modelos e versões:
69 F-5;
55 F-4;
35 Mig-29;
29 SU-24;
18 F-7;
12 Mirage F-1;
10 F-14;
8 SU-22 (da Guarda Revolucionária iraniana);
Ao menos 6 RF-4E;
Até 6 HESA Azarakhsh;
6 HESA Saegheh;
3 P-3F.
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Capacidade nuclear
Segundo Brustolin, o Irã não quer uma guerra aberta contra Israel porque o país governado por Benjamin Netanyahu tem cerca de 90 ogivas nucleares e tem os Estados Unidos como seu principal aliado.
As ogivas nucleares israelenses podem ser carregadas em mísseis modelo Jericho 2. Israel tem cerca de 24 desses mísseis, segundo a IISS. Outros meios de entrega, de acordo com a instituição, das ogivas são alguns caças F-15 e F-16, além de supostamente submarinos da classe Dolphin/Tanin.
Por outro lado, além dos jatos, o Irã produz drones de alta tecnologia, como o Shahed-136, utilizado no ataque a Israel, e o Mohajer 10, lançado em agosto de 2023, e que tem um alcance de 2.000 quilômetros e capacidade para viajar por 24 horas e carregar 300 quilos de explosivos.
Ainda segundo Brustolin, o Irã tem um programa nuclear avançado e pode estar próximo de ter uma bomba nuclear. Em março de 2023, a Agência Internacional de Energia Atômica da ONU reportou que o país estava enriquecendo Urânio, principal matéria-prima de uma ogiva. Um local bombardeado por Israel em abril foi próximo à base militar de Natanz, em Ishafan, que tem instalações nucleares.
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Histórico
▶️ Nos últimos meses, Israel e Hezbollah viveram um aumento nas tensões. Um comandante do grupo extremista foi morto em um ataque israelense no Líbano, em julho. No mês seguinte, o grupo preparou uma resposta em larga escala contra Israel, que acabou sendo repelida.
Mais recentemente, líderes israelenses emitiram uma série de avisos sobre o aumento de operações contra o Hezbollah. O gatilho para uma virada no conflito veio após os seguintes pontos:
Nos dias 17 e 18 de setembro, centenas de pagers e walkie-talkies usados pelo Hezbollah explodiram em uma ação militar coordenada.
A imprensa norte-americana afirmou que os Estados Unidos foram avisados por Israel de que uma operação do tipo seria realizada. Entretanto, o governo israelense não assumiu a autoria.
Após as explosões, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, disse que estava começando "uma nova fase na guerra".
Enquanto isso, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu que levará de volta para casa os moradores do norte do país, na região de fronteira, que precisaram deixar a área por causa dos bombardeios do Hezbollah.
Segundo o governo, esse retorno de moradores ao norte do país só seria possível por meio de uma ação militar.
Em 23 de setembro, Israel bombardeou diversas áreas do Líbano. Cerca de 500 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. O dia foi o mais sangrento desde a guerra de 2006.
Em 27 de setembro, Israel matou o chefe do Hezbollah por meio de um bombardeio em Beirute.
Israel invade o Líbano e faz primeiros ataques em Beirute, capital do país.
Irã ataca Israel com mísseis.
Na semana passada, as Forças de Defesa de Israel anunciaram que militares estavam se preparando para uma possível operação terrestre no Líbano. Bombardeios aéreos executados pelos israelenses seriam indícios de uma preparação de terreno.
Alvos no Líbano são atingidos por artilharia disparada pelo Exército israelense, vistos de Kiryat Shmona, no norte de Israel, em 1º de outubro de 2024.
Reuters/Jim Urquhart